Filmes de terror são sempre um bom formato para colocar a criatividade para trabalhar.
O cinema é feito de muitas técnicas e “boas práticas” que servem de guia para filmes de qualquer gênero, mas é no terror onde os cineastas podem brincar e testar novas ideias sem medo de dar errado.
Não sabe como criar cenas assustadoras? Confira abaixo as 3 principais dicas como base e aproveite para explorar outras ideias e criar as suas cenas com a sua identidade.
Sombras
As sombras atuam em nosso medo primordial do desconhecido. Quem nunca teve medo do escuro quando criança?
Usar sombras é não mostrar o perigo. O que quer que esteja escondido na escuridão é mais assustador do que a realidade.
Existem três maneiras de brincar com as sombras. A primeira delas é mascarar o vilão nas sombras. Isso cria uma separação e também faz com que o perigo pareça não pertencer à cena. Mantendo a luz longe do rosto da criatura ou do vilão, você mantém o horror na obscuridade.
Outra maneira de brincar com as sombras é projetando sombras nas superfícies. No horror, o acúmulo de suspense de uma criatura ou vilão se aproximando de sua vítima ou apenas mostrando a sombra do sujeito agindo por conta própria pode provocar um medo primitivo. Vemos a natureza maléfica do antagonista através das sombras que projetam na cena.
A última maneira de brincar com as sombras é ocultando o vilão. Ele não precisa sair correndo da escuridão para assustar o público porque a simples revelação será suficiente para deixar o público com medo de cada canto escuro pelo resto do filme.
Ângulos de câmera incomuns
O gênero de terror é como um playground para os cineastas. Embora existam técnicas e formas padrão de abordar uma cena, existe a liberdade de brincar e tentar fazer algo diferente. Uma das formas de se fazer isso é explorar ângulos de câmera incomuns.
O ângulo holandês, ou ângulo oblíquo, é um ângulo de terror, pois inclina a imagem para um lado ou outro da linha do horizonte. É um ângulo de câmera que pode dar uma sensação surreal ou de pesadelo a uma cena em que algo já parece diferente dos takes estruturados que vieram antes ou depois.
Outro ângulo fora do usual é a chamada “visão do olho de Deus” ou “visão do olho do pássaro”. Este ângulo de câmera observa a cena do céu, e é ótimo para cenas de perseguição ou transições específicas. Visualmente interessante, esse ângulo estabelece um local e tira o medo do público das sequências anteriores para que ele tenha uma pausa para respirar.
Falta de Iluminação
Com certos gêneros, geralmente há estilos visuais comumente utilizados. Na maioria das vezes, a iluminação é feita para que os personagens adquiram a melhor e mais bela aparência possível.
Mas o terror muitas vezes inverte as convenções de iluminação em favor de uma luz mais estilizada e menos lisonjeira.
Uma dessas técnicas é a iluminação que vem por baixo. É aquele visual clássico de história assustadora com uma lanterna que atrai os olhos para o rosto. O ângulo da luz distorce o rosto de uma forma que não estamos acostumados e nos deixa inconscientemente inquietos.
Outra maneira de brincar com a iluminação é usar uma fonte de luz como uma lanterna para iluminar uma cena. Uma única fonte de luz permite que a maior parte do quadro seja engolida por sombras e escuridão, escondendo uma grande parte do público. Isso deixa o público tenso esperando que algo aconteça de repente.
Outra grande iluminação de terror inclui lâmpadas piscando com defeito, lanternas piscando ou relâmpagos. Essas luzes piscantes podem criar outra camada de caos visual em um sentido já intenso, sobrecarregando os sentidos do público e deixando-os tão confusos ou temerosos quanto o personagem.
