Como as produtoras de vídeo estão atuando em tempos de pandemia


Como as produtoras de vídeo estão atuando em tempos de pandemia

Já comentamos por aqui sobre como a pandemia do coronavírus mudou a forma como vivemos no mundo e nos relacionamos com as pessoas.

Todos os setores da sociedade foram impactados, todos os negócios foram atingidos, da lojinha de roupa da sua rua ao maior canal de televisão do país. E, naturalmente, as produtoras audiovisuais também.

Para entender melhor como as produtoras estão se adaptando a esse novo cenário, conversamos com os sócios da 8 Milímetros, Diego Octávio e Maria Fonseca, que contaram suas impressões sobre o que mudou no tipo de trabalho, a aposta em novos formatos e plataformas e o que enxergam para o futuro do setor.

Diego é sócio-fundador da 8 Milímetros. Graduado em Produção Audiovisual, técnico em Iluminação Cênica, pós-graduado em TV Digital, Radiodifusão e Novas Mídias e especialista na elaboração e execução de projetos multi-câmeras, seu currículo conta com direção de documentários, videoclipes, shows e diversos programas de TV. Diego também é membro da SET – Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão, e da ABPITV – Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão.

Maria Fonseca é sócia da empresa desde 2013. Jornalista e pós-graduada em Produção Executiva e Gestão em TV, adquiriu know-how em produção audiovisual para TV e Web, trabalhando como produtora, assistente de direção, roteirista e produtora executiva. Também possui conhecimento em reportagem, redação jornalística, redação publicitária, revisão e assessoria de imprensa.

Pronto. Agora que conhecemos mais sobre eles, vamos ao bate-papo!

O que mais mudou nos trabalhos realizados com o início do isolamento social?

Maria: Aumentaram muito as demandas por transmissões (provavelmente em substituição aos eventos) e por vídeos de animação, que não demandam a presença de muitos profissionais juntos.

Também mudou a forma como realizamos. Estamos montando equipes com menos profissionais (fica mais pesado para a equipe, mas é preciso ter o mínimo de pessoas possível), higienizando todos os equipamentos, mantendo em casa profissionais que fazem parte do grupo de risco, trabalhando com máscaras.

Em relação ao perfil de clientes e tipos de jobs: notaram alguma diferença entre o começo e o momento atual da quarentena, 40 dias depois?

Diego: Inicialmente houve um boom de produções ao vivo, de todos os tipos e formatos. Agora, quando todos nós entendemos que a quarentena será um processo gradual, há uma busca por conteúdos mais profundos que apenas lives. Produções mais complexas de storytelling, utilizando motion graphics, imagens de arquivo, têm se mostrado uma ferramenta muito importante.

Com a diminuição de gravações presenciais, quais mudanças na linguagem estética vocês mais notaram?

D: Vídeos em animação e motion graphics se tornaram uma ferramenta muito eficaz para o storytelling. Houve um crescimento enorme nesse tipo de formato.

As gravações presenciais ainda continuam, desde que possam cumprir certas determinações: equipe reduzida, todos com máscara, menos contato na pré-produção e nas gravações, casting mínimo, estúdios maiores e com mais ventilação.

O que os clientes mais buscam com seus projetos audiovisuais nesse momento? Perceberam alguma mudança no tipo de mensagem?

M: Há uma necessidade grande por informar o mais diretamente possível. Seja seus colaboradores, alunos, clientes e manter o relacionamento com os diversos públicos. Há muitas empresas com medo de perder clientes e usando vídeos para continuarem sendo relevantes para eles.

Quais formatos e plataformas estão sendo mais explorados agora do que antes?

M: Lives, sem dúvida nenhuma. Houve um grande boom, super importante para o bem estar de todos e até para a economia.

Há muitas plataformas, mas particularmente em nossos trabalhos temos a Zoom, o YouTube e as plataformas próprias de cada empresa.

D: O Linkedin passou a aceitar transmissão ao vivo, ainda em caráter experimental, para algumas empresas. Conseguimos a certificação para esse tipo de transmissão e já fizemos a primeira.

Muitos clientes utilizam o Zoom para as conferências, mas querem fazer isso de maneira mais profissional do que apenas conectar a webcam. Então, conseguimos integrar todo nosso sistema de corte, GCs e VTs digitais para o Zoom.

Além das plataformas convencionais como Youtube, Linkedin, alguns clientes apostaram em plataformas proprietárias. A Aramis e a KPMG, por exemplo, possuem sua própria rede social, que é alimentada com muito conteúdo em vídeo.

Sem dúvida, a criatividade nunca foi tão fundamental quanto agora. Quais os pontos positivos que você enxergam dentro desse cenário? Acham que essa crise expandiu os horizontes de alguma maneira?

D: A revolução digital parecia algo distante, mas assim que a quarentena se mostrou inevitável, tivemos que implementar rapidamente. Aprendemos a usar mais ferramentas colaborativas, e na área de edição e pós-produção, implementamos o Adobe Team Projects. Dessa maneira, direção, atendimento, edição, pós-produção tem acesso ao mesmo material simultaneamente e de maneira segura.

Também tivemos que buscar novos formatos de vídeos para comunicação interna, fugindo de lives tradicionais.

A procura por produções “imersivas”, como 360º e realidade virtual, cresceu bastante já que pode ser uma forma muito mais relevante de interação empresa X cliente.

Para os eventos corporativos, setor que deve demorar mais tempo para retomada presencial, nossos clientes buscaram formas de virtualiza-los. A ENACTUS BRASIL, que realiza grandes eventos pelo país, já está desenvolvendo um formato totalmente inovador para o campeonato nacional desse ano. Juntos estamos desenvolvendo uma linguagem dinâmica e inovadora para o evento acontecer 100% em ambiente virtual.

Você acreditam que essas mudanças vão ser incorporadas no dia a dia das produtoras e no mindset dos clientes quando tudo isso terminar?

D: Como a implementação das diversas ferramentas funcionou muito bem, possivelmente o atendimento remoto de parte da equipe permanecerá. O aprendizado com a segurança no set, ambiente sempre fechado com pouca ventilação, ficará, mesmo após a pandemia.

Como vocês vêem o caminho das produções audiovisuais nos próximos meses?  

M: Acredito que as empresas lançarão mão cada vez mais dessa ferramenta, porque muitas ainda adiavam a produção de vídeo e se viram obrigadas a fazer nesse momento. Essas empresas estão vendo os benefícios do vídeo para sua empresa e para o relacionamento com os clientes e vão continuar investindo.

Há também muitas empresas que tentaram fazer vídeos de forma amadora e estão tendo muitas dificuldades. Porque fazer vídeo é muito difícil! Essas empresas estão começando a conversar com produtoras sobre entregar a produção dos vídeos a profissionais.

 

Quer saber mais como fazer seus vídeos nesse momento e ficar ainda mais perto do seu público, equipe e colaboradores? Fale com a gente!

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