História do Cinema Mundial: Cinema Novo Brasileiro

Cinema novo Brasileiro

História do Cinema Mundial: Cinema Novo Brasileiro

Em 1955, o filme Rio, 40 Graus, de Nelson Pereira dos Santos, marcou o início do Cinema Novo no Brasil. A película contava a história de garotos que viviam em favelas do Rio da Janeiro e vendiam amendoim na praia, indo na contramão da imagem que era “vendida” da, até então, capital do país para o resto do mundo. A cidade era vista como um paraíso tropical, onde predominava a malandragem, lazer e sensualidade, inclusive nas produções feitas por Hollywood e Paris.

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Trecho do filme “Rio, 40 Graus”

Os cineastas começaram a questionar o tempo de projeção despendido com o cinema estrangeiro e a valorização da cultura nacional. Até Vinícius de Morais escreveu uma coluna no Jornal da Manhã, do Rio de Janeiro, instigando se deveria, ou não, haver uma produção nacional de cinema.

Agora, a ideia era que o cinema brasileiro refletisse a realidade do país e analisasse seus aspectos econômicos, sociais e políticos. Queriam se distanciar o cinema ficcional americano e se aproximar de produções mais realistas, influenciados fortemente pelo neo realismo italiano.

O lema era “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”. Cineastas iam para as favelas, vilas portuárias, sertão e cangaço. Apostavam em uma linguagem inspirada em traços da cultura, cenários simples, pouca movimentação de câmera, diálogos extensos, sem muita produção, em oposição ao artificialismo e alienação da produção norte-americana.

Em 1962, Ruy Guerra lança Os Cafajestes, que provocou um escândalo moral por ser o primeiro filme brasileiro a mostrar o nu frontal. Outros filmes que marcaram o movimento foram Vidas Secas (1963, Nelson Pereira dos Santos), Os Fuzis (1963, Ruy Guerra) e o prestigiado Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964, Glauber Rocha).

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Pôster do filme “Vidas Secas”

Com o golpe militar de 1964 a 1968, assim como as demais produções artísticas do país, o discurso politico e social perdeu força. Com a instauração do AI-5, em 68, a censura foi ainda mais enrijecida e a proposta do Cinema Novo foi morrendo. Macunaíma (1969, Joaquim Pedro de Andrade), inspirado na obra homônima de Mário de Andrade, marcou o fim do Cinema Novo brasileiro.

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Trecho do filme “Macunaíma”
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