História do Cinema Mundial: Cinema Soviético


História do Cinema Mundial: Cinema Soviético

O cinema russo teve seu primeiro filme rodado pelos irmãos Lumiére em 1986, que falava sobre a coroação do “Czar Nicolás II”. Em 1908 foi produzido o primeiro filme narrativo russo, que foi o pontapé para centenas de outros que se seguiram e colocaram a Rússia na competição com outros países.

Porém, foi após a instauração da União Soviética em 1922 que a indústria cinematográfica cresceu exponencialmente. O governo via no cinema uma grande oportunidade para colocar suas propagandas e utilizá-lo como instrumento de educação. A famosa frase de Lenin, “de todas as artes, o cinema é o mais importante para nós”, resumem a importância da indústria para o governo e que durou durante todo o período comunista.

Um dos nomes mais importantes do cinema soviético foi Sergei Eisenstein, um dos precursores da “teoria da montagem”. Esse estilo dividia o processo em cinco níveis e, aos olhos do público, o resultado final era claramente uma realidade manipulada. O objetivo era deixar explícita a vertente artística do filme, e esse modelo se tornou um dos principais pontos do movimento e influenciou produções no mundo todo.

Na década de 30, com o fim do cinema mudo, Stalin usou o recurso do som e da fala para aprimorar e intensificar as propagandas do governo. O Caminho da Vida, primeiro filme com som produzido durante o regime stalinista foi um sucesso de público em toda a URSS e em mais 26 outros países.

Nessa época começaram a surgir, também, filmes biográficos, que fizeram um grande sucesso e inauguraram um novo estilo, como Lenin em outubro (1937), de Mikhail Romm e Lenin em 1918 (1939).

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“Lenin em outubro”

Durante a II Guerra Mundial, o cinema soviético se aproveitou ainda mais fortemente da oportunidade de reforçar a propaganda do governo e atacar o nazismo. Os documentários estouraram nesse período dentro e fora da URSS, e Moscou Contra-ataca (1942) foi o primeiro a ganhar um Oscar.

Com a morte de Stalin em 1953, a censura ficou mais branda e os diretores começaram a fazer produções mais criativas, inclusive, a comédia passou a fazer parte das grandes produções. O filme Os Gundastes estão voando (1957), de Mikhail Kalatozov, ganhou o Festival de Cannes naquele ano, e a comédia Kin-dza-dza! obteve fama internacional de filme “cult” alguns anos depois no mundo todo.

O fim da União Soviética também foi o fim dos grandes investimentos no cinema. Nos últimos anos, a Rússia tem ensaiado uma recuperação da indústria, apostando em um sistema de distribuição para contrapor o cinema americano. Em 2003, O Retorno, dirigido por Andrei Zviáguintsev, ganhou um Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza.

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“O Retorno”
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